Imagine que o banco lhe deu um cheque preenchido com determinado valor, um prazo de validade e que você só pode gastar com imóveis, seja apartamento, casa ou terreno. Como preferir. Esse documento se chama carta de crédito imobiliário. Com ela, é possível comprar um imóvel à vista (o que permite melhor negociação), dar uma boa entrada ou até quitar um financiamento.
Claro que você precisa preencher os requisitos exigidos pela instituição bancária para conseguir uma carta de crédito imobiliário, sendo que o valor também dependerá do seu perfil e do que o banco oferece. E como qualquer outro dinheiro emprestado, ele deverá ser pago em parcelas.
O bom é que, geralmente, carta de crédito imobiliário é conseguida por meio de consórcio, com regras estipuladas pelo Banco Central do Brasil. Isso quer dizer que a mensalidade não tem tributações ou juros, mas apenas as taxas de administração. Porém, é bom ficar atento: quando você participa de um consórcio, não há data para ser contemplado. O indicado é dar lances altos para conseguir mais rapidamente.
A espera pela carta de crédito imobiliário pode ser longa
“As pessoas que entram em um consórcio não têm necessidade de contar com o imóvel imediatamente. Dessa forma, preferem investir nisso do que adquirir o imóvel por meio de um financiamento, por exemplo”, explica o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto.
Segundo ele, é recomendável verificar se a instituição é credenciada e fiscalizada pelo Banco Central antes da aquisição. Viana Neto lembra que, ao participar de um consórcio, o consumidor tem duas opções: aguardar a contemplação por meio de sorteios ou oferecer um lance maior que os outros participantes.
“Dar um lance pode ser estratégico, juntando um valor mais alto que a média histórica de lances oferecidos e aproveitar épocas de feriados, férias ou outras datas em que os gastos da maioria são grandes. Mesmo que não ganhe, o valor não é perdido, pois antecipa diversas parcelas. Porém, quem paga aluguel deve verificar se os gastos enquanto espera pela carta de crédito não superam os de um financiamento”.
Para quem realmente precisa
A especialista em finanças Aline Soaper compara a carta de crédito imobiliário a um financiamento, ressaltando que a escolha só é recomendada para quem realmente tem capacidade de pagar as prestações e quer ter um imóvel próprio para morar.
“Para quem costuma mudar de cidade com frequência ou tem planos de trabalhar em outros estados ou outro país, morar de aluguel e investir o dinheiro que iria para a prestação pode ser uma boa. É preciso fazer as contas e avaliar se a pessoa tem disciplina suficiente para investir mensalmente o valor”.
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